quarta-feira, agosto 23, 2006

Ai ai ai, viu? Não tenho nada contra o sotaque nordestino, estava comentando sobre a estratégia do Alckmim. Ô gente sensível, que frescura.
Hoje voltei a treinar com tudo, não posso descrever aqui como é bom nadar. E como aquilo me fazia falta. Treinei até um pouco a mais, que delícia que foi. A piscina estava cheia, tinha um monte de gente que eu fiquei tempos sem ver. Correr não foi tudo isso, mas faz parte. Amanhã tem bicicleta cedo, mas tô meio estressado porque na semana passada houve mais um roubo com assassinato em Campinas, e os bandidos jogaram o corpo da vítima ao lado da estrada onde costumo pedalar. Não tenho nem palavras, nem vou começar a comentar isso.
Hoje foi ao consultório um paciente já de alguns anos, e cuja família (mulher e filho) também se consultam comigo. Logo que entrou, perguntei: "Tudo bem?" Ele fez uma cara mais ou menos, e disse que estava mais ou menos. Um pensamento me atravessou a cabeça como um raio: "seu filho (que tem uma miopatia grave) morreu". Repeli o pensamento, censurando-me por ser tão catastrófico - como de hábito, aliás. Ele disse que está hipertenso, e tratando também de uma vertigem, e a coisa ficou por isso mesmo. Lá pelo final da consulta falou que o menino realmente morreu. Eu disse que sabia que devia ser isso, e ele retrucou que eu sou sensível, ou sensitivo (não me lembro do termo exato que ele usou).
Acontece que não creio nisso de forma nenhuma, é só uma questão de somar as informações. O menino tinha uma miopatia que eu sabia que era grave, e eu mantinha sempre um pequeno grau de ansiedade quanto à sua evolução. Some-se a isso a genuína cara de enterro, ou desesperança, que o pai fez durante a consulta, e as alterações de sua própria saúde nos últimos tempos, e tem-se que o desfecho que eu imaginei seria bem razoável, no final das contas.
Não estou escrevendo estas coisas pra capitalizar em cima da infelicidade daquela família, meramente fazendo o assunto render um post aqui; é que acho oportuno comentar, e dar minha (desimportante) opinião sobre essa história de PES, ou o que o valha. Pra mim é só uma questão do que comunicamos além das palavras: expressões faciais, gestos, acontecimentos correlatos, que somados à história que temos em comum permitem que tiremos essas conclusões - que para alguns podem parecer que foram tiradas do éter.

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