quinta-feira, janeiro 04, 2007

Eu não vi a versão sem cortes do vídeo da execução de Saddam Hussein na forca. Pensei que deveria estar no YouTube, e agora vejo, através da CNN, que acertei. Um ministro de estado iraquiano foi acusado de ter filmado tudo através de seu telefone celular, numa versão que circulou pelos telefones de Bagdá via bluetooth nos dias seguintes. O homem negou categoricamente ser o autor da proeza, talvez menos com medo da acusação de mau gosto e falta de respeito do que pelo temor de enfrentar as conseqüências políticas. Acontece que, como vocês devem ter visto nos noticiários, os adversários que estavam presentes gritavam vivas a Muqtada Al-Sadr e outros desafetos de Saddam, violando a solenidade dos últimos momentos do homem, e isso pegou muito mal entre seus simpatizantes.
Pois os norte-americanos, com aquele seu viés de puritanismo/superioridade/interesse econômico - que me faz, aliás, assistir a QUALQUER matéria de seus noticiários com um pé e meio atrás - agora se debruçam sobre a culpa que seus cidadãos sentiriam ao assistir ao dito cujo.
Nada como estar longe de uma crise para subestimá-la.

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