domingo, junho 17, 2007

A Veja de hoje tem um artigo sobre violoncelo. Eles comentam algo que nunca me ocorreu sobre o instrumento, apesar de tocá-lo (surrá-lo é a palavra mais adequada) por algum tempo: o seu suposto apelo erótico, que viria da forma como é segurado pelo músico. E ainda do apelo que tem sobre as mulheres, vejam só, desde que uma fulana tornou-se uma concertista renomada mundialmente tocando o instrumento, antes de ser consumida por uma doença terrível, há algumas décadas. Muita elucubração para o meu gosto, mas não deixo de me lembrar da maneira como Michelle Pfeiffer (se não me engano) o tocava naquele filme esquisito chamado "As Bruxas De Eastwick".
Eu progredia muito devagar na minha época, e acabei abandonando a prática. Por culpa minha, que com minha natureza obsessiva demorava demais pra tocar uns míseros compassos, e por culpa de meu professor, que como tal era um ótimo proseador, na verdade. Ele estava se separando de sua mulher no período, em meio a crises de infidelidade conjugal. O outro vértice do triângulo também tocava na sinfônica de nossa cidade, o que dava pano pra manga - e lá se ia a minha aula. A minha parte da culpa sobre a morosidade do aprendizado era porque aquele instrumento dos diabos não tem trastes, ou seja, aqueles pauzinhos que ficam de atravessado sobre o braço do instrumento indicando o lugar exato pra pôr a ponta do dedo pra produzir as notas. Com minha natureza um pouco neurótica, eu percebia que algumas notas não tinham saído perfeitas, e simplesmente não era capaz de deixar aquilo pra trás e ir tocando. Desanimei depois de não muito tempo, é claro.
Ainda o tenho em casa, e devo dizer que para um instrumento de estudo ele é bem razoável. Tem bons componentes e tal, e sempre cuidei bem dele. Não faria feio numa apresentação sem muito requinte.
Há poucas semanas a esposa do pastor veio conversar comigo dizendo que estão formando um grupo instrumental pra tocar no prelúdio e poslúdio, e também pra acompanhar os hinos durante o culto. Nesta fase de relativo desencanto (passageiro?) que estou vivendo com o triatlo, talvez volte a ter aulas.
Lembrei-me agora que já falei sobre ele aqui, explicando até sobre os trastes, etc. Mas agora paciência, vai assim mesmo.

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