sexta-feira, outubro 10, 2008



A última coisa de que precisamos é mais um filme de animação com insetos. Mas os norte-americanos, além de passarem, com sua arrogância e ganância, o trator sobre as bolsas de valores do mundo todo, ainda passam o dito-cujo pela cultura popular, e do cinema. Fazem isso repetindo ad nauseam fórmulas (chatas) que já deram certo - via de regra, que fizeram sucesso porque não desafiaram ninguém a pensar, como lhes convém. Sabe quando é que vou assistir a um filme sobre formiguinhas, ou pirilampos, ou sei lá que raio é aquilo, que têm um sonho, e pensam e agem como humanos, só que mais "humanos", e que acabam, apesar de todas as adversidades, conquistando seu sonho de ir à lua? Nun-ca-nun-qui-nha. Jamé de la vi. Raios.
Pois ontem já engoli a estultícia que foi o último Indiana Jones, que é tão ruim, mas tão ruim, que até a Cate Blanchett, fantasiada de dominatrix from hell, morre pulverizada só de olhar pra uma caveira de vidro. O olho dela pega fogo. Os dois, aliás. A bag full of s***, that's what it is. E não fiquem bravos comigo por ter divulgado um spoiler, porque aquilo não merece o suspense.
Estou com as costas travadas, ando como um poste. Talvez meu humor fulgurante venha daí. Se levanto, dói terrivelmente pra sentar. Se me sento, etc.
Hoje fui fazer uma ressonância magnética da cabeça, vejam só. Não tenho nada sério, só uma enxaqueca, como sabem - volta e meia reclamo dela aqui. Pois resolvi ir ao neurologista, e ele me pediu o exame. Vocês já passaram por isso? A gente entra numa sala toda isolada, com portas grossíssimas, e daí as pessoas o amarram a uma maca estreita, que desliza pra dentro de um tubo rígido de uns 80 cm de diâmetro, e saem todos correndo da sala. Você é vigiado por janelas de vidro blindado, e fica sozinho lá o tempo todo. Falam com você através de alto-falantes. O aparelho faz um barulho infernal, como o de um grande martelo batendo numa grande bigorna, que não para nunca. Injetam uma coisa radioativa em suas veias, chamada Gadolínio.
O resultado? Exame normal...
Estava meio nervoso na sala de espera, e o inzami atrasou quase uma hora. Ao meu lado estava um menino de uns 6 anos com algum distúrbio cognitivo grave: brincava sozinho, e gritava alto de vez em quando. Certamente é surdinho, porque tem aparelhos para corrigir o problema nas duas orelhas, e um deles tem fios como os implantes cocleares.
Pois uma hora ele chegou perto de mim pra brincar com minha revista e levou uma bronca. Sim, tive a pachorra de ralhar com o ret****dinho, que cismava em tirar a revista de mim. Sou uma pessoa adorável, really.
Ah, e o Tim Curry está aí pra lembrar que antes de naufragar no mar dos insetos tolinhos (ele empresta a voz para o tal filme), ele participou do Rocky Horror Picture Show, num papel impagável.

2 comentários:

Patricia Scarpin disse...

Pois vc está melhor que eu, que fiz a bobagem de ver "Desejo e Reparação".

Em seguida, "A Pele", do qual desisti depois de 60 minutos - freak demais, até pra mim (que adora "Naked Lunch").

Que bom saber que o inzame deu normal. E se vc ralhou com um pivete na sala de espera, eu agora há pouco chamei uma mulher de louca no mercado assim, na cara dela. E o bichinha que estava com ela tomou-lhe as dores. Quase fiz o cara virar purpurina.

Anônimo disse...

Nooooossssssssssa dr como vc anda nervoso! Até Herodes ficaria surpreso com sua atitude diante das "criancinhas"...