sexta-feira, dezembro 15, 2006

Melhorei, melhorei. Fiz uma cirurgia na perna há 2 semanas e nos últimos dias comi o pão que o diabo amassou. Tive que voltar a trabalhar na terça, com dor mesmo, porque tinha pacientes que deviam ser operados antes do Natal. E isto já foi um alívio, porque ficar tantos dias parado com a perna pra cima já tinha me desanimado um pouco. Realmente é uma bênção ter o que fazer.
Mas treinar, mesmo, só no ano que vem, bah. Estou gordo e mole.
Fiz uma verdadeira imersão no mundo da TV nestes dias, posso falar sobre qualquer canal e qualquer programa da TV por assinatura (não tenho os canais "abertos"). De compactos do Big Brother (sim, eu sucumbi) aos seriados da Warner e Sony, acompanhei a miséria humana de perto. Tem também muita coisa boa, como o adorável canal japonês NHK - que infelizmente dedica uma porção muito pequena de sua programação à língua inglesa, e a Deutsche Welle. Tenham paciência para explorar esses canais, vale a pena. A TVE da Espanha, quando não está se dedicando aos abomináveis programas de auditório (com direito a concurso de calouro e palavras cruzadas), também é bacana. A RAI italiana e a SIC portuguesa são o cúmulo do lixo. Imprestáveis.
Hors-concours? A ultra-violência dos seriados norte-americanos. Na terça-feira eu estava morrendo de dor (já passou, obrigado), e foi uma experiência realmente péssima dar de cara, nesta hora, com Criminal Minds, Supernatural e CSI passando ao mesmo tempo na tela.
Estive visitando nos últimos dias alguns sites (memorychips.com.br, youtube.com, etc) que guardam arquivos de som e vídeo de programas que eu costumava assistir quando era adolescente. O abismo que há entre eles e o lixo que mencionei agora é inacreditável. Não é possível que a explicação seja só o fato de eu estar ficando velho e intolerante; o horror está gratuito mesmo, e não sei onde isto vai dar.
Numa dessas histórias da terça, o personagem estava num lugar imundo, totalmente amarrado e sangrando, à mercê de ratazanas que começaram a atacá-lo e comê-lo vivo - começando por suas partes íntimas. Mudando de canal, uma mulher indefesa chegava à sua casa pra ser arrastada e morta por uma coisa de unhas pretas que se arrastava pela tubulação de ar. No outro canal havia o CSI - este nem vou descrever, porque sua riqueza de imagens de autópsias com serra elétrica e moscas saindo da boca de cadáveres é idiossincrática.
Fico verdadeiramente triste e preocupado, queria poder voltar a assistir meus programas de outrora.

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