domingo, fevereiro 18, 2007

Será que sou tão previsível em minha inconstância como a Danuza Leão?
A colunista carioca mistura críticas maravilhosamente lúcidas e inteligentes, como a que li hoje na Folha sobre o descaso do presidente Lula (e da presidente do STF também, a menos que seja pra opinar sobre o aumento de seu salário) para com tudo, com bobagens como a saudade que tem de comer caviar da França e a tristeza de não ter uma governanta pra afofar suas almofadas. Ou pra falar mal dos homens. Impressionante como na mesma cabeça cabe a vontade de publicar sobre assuntos tão díspares, com conteúdos e relevância tão diversos.
Devo ser assim também. Mas temo que sem a décima parte do brilho, que ela retém mesmo quando escreve sobre futilidades. Lembro-me daquele seu livro que fez um enorme sucesso, o "Na Sala Com Danuza", em que ela ensinava como gente educada deve se portar num banheiro alheio, que outro convidado ou passageiro visitará depois:
"...deixe o banheiro impecável, ao sair. Nenhum vestígio de sua presença, aja como se tivesse acabado de cometer um assassinato", e "Quando entrar num banheiro, ... tranque a porta e abra todas as torneiras. Ninguém, nem mesmo sua mãe, deve suspeitar do que se passa lá dentro".
Não sei se ainda tem pra vender, porque é do começo da década de 90, mas se acharem, comprem-no. Eu o folheava agora pra transcrever estas passagens e dei boas risadas.

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