segunda-feira, maio 21, 2007


Já melhorou muito, mas ainda reina uma certa confusão no terreno dos cumprimentos em geral. Outro dia uma amiga carioca me puxou para dar o segundo beijinho ao me encontrar, e ainda reclamou da atitude dos paulistas de dar um só. Falava como se nós fossemos os estranhos, ou diferentes. Dar beijinho é sempre uma demonstração de intimidade, que já forçamos ao cumprimentar desta maneira alguém que acabamos de conhecer. Com dois ainda, não acho muito confortável. Não estou dizendo aqui que eu seja um exemplo a ser seguido, ok? Mas não costumo trocar beijinho da primeira vez que encontro alguém - a esposa de um colega oftalmologista, por exemplo. Aliás tive alguns desses encontros em nosso último congresso, e eu ficava firme esticando e travando o bração a cada novo encontro.

Mas ruim mesmo é o aperto de mão de "mano". Que mania agora que todos têm, raios, de fazer aperto de mão de polegar! Sabem como é, aquele em que em vez de se abraçar os 4 dedos, abraça-se o polegar da vítima. Isto me deixa meio desconcertado, pq sugere algum tipo de cumplicidade que não costumo ter com quem insiste em me cumprimentar assim. Não estou falando dos meus amigos, é claro, que podem me cumprimentar do jeito que quiserem, mas às vezes estou lá na porta do consultório, todo circunspecto e de avental, despedindo-me de alguém com uma doença nos olhos, e lá vem um esfuziante abraça-polegar. Usualmente seguido de um "um abraço!", falado obviamente sem a menor intenção de concretizá-lo.

Façam como quiserem, por favor, não sou professor de etiqueta. Só estou aqui pensando em qual seria a causa de tanta confusão nesta área, que às vezes traz desconforto e até uma primeira impressão errônea do outro, quando o que realmente queremos é somente saudá-lo.

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