domingo, julho 29, 2007

Certa feita, há muito tempo, estava pensando sobre as coisas e me saí com esta: "o mundo só existe porque eu existo". Não no sentido de que a minha existência seja necessária pra qualquer coisa, mas que para mim de nada adiantaria toda a experiência do mundo natural se eu não tivesse como entendê-la. Enunciando assim parece (e é) bem óbvio, e depois fiquei sabendo que isso já tinha sido enunciado por alguém (com muito mais propriedade) no campo da filosofia. Isto quase me encheu de orgulho - ser capaz de intuir algo que se comenta em livros até hoje - mas depois vi que a idéia pede para ser tida, e que milhões de pessoas já devem ter chegado a ela sozinhas.
Tempos depois pensei em outra coisa que hoje vejo que também é verdade, vejam que bonitinho. É o seguinte: será que a língua que falamos, além de ser um mero instrumento pra nomear as coisas, também condiciona a própria estrutura do que pensamos? Ou ainda mais, será que o nosso pensamento É a própria língua que falamos? Com satisfação e alegria em meu modesto coraçãozinho vim a saber que esta idéia (também um tanto pedestre, devo admitir) foi desenvolvida com sofisticação e garbo por linguistas. Vejam só o que achei por aí:

"Essa teoria mostra que não existe pensamento fora da linguagem e vai mais além: diz que o pensamento é submisso à língua materna que você fala. Ele fala, por exemplo, que as estruturas gramaticais dos verbos das línguas européias são muito parecidas entre si e que todas elas concebem o tempo como uma linha sobre as quais as coisas acontecem. Por causa disso, temos dificuldade de entender Relatividade Geral. Uma tribo americana que expressa o tempo de um modo lingüisticamente diferente teria maior capacidade de entender essa teoria."

Uau.
É com certa perplexidade que fico a imaginar, então, como deve funcionar a cabecinha de gente como o locutor que vocês acabaram de escutar, hohoho.

Nenhum comentário: