quarta-feira, outubro 03, 2007


Lembro-me de uma ocasião em que meu pai, num encontro internacional de hospitais, ouviu de um holandês: "Nós temos tantos problemas em nossos hospitais, imagino que vocês não os tenham". Meu pai nao podia acreditar no que ouvia, e o homem jamais imaginaria o sentimento que temos em relação à organização e eficiência européias em geral, quando comparadas aos nossos tristes trópicos.
Imaginamos países como a Bélgica como oásis de tranquilidade, harmonia e bem-estar, certo? Well, think again, my friends. Pra começar eles são motivo de piada entre outros povos europeus, como os portugueses pra nós. Em segundo lugar, as duas comunidades linguísticas de lá - os ricos de Flandres no norte, que falam holandês, e os mais pobres (ou menos ricos) da Valônia, que são os católicos de fala francesa do sul, também têm seus problemas econômicos e de preconceito mútuo.
Isto se agravou a partir das eleições de 10 de junho, que criaram um impasse nacional. Houve uma aliança entre dois partidos durante a campanha, que assim conquistaram a maioria legislativa que os capacitaria a governar. O que aconteceu depois? Racharam em dois grupos, claro, falando cada uma a sua língua. Os mais pessimistas falam - e isso já se ouve há algum tempo nos noticiários - que a crise pode levar a Bélgica a se separar em dois países.
Ao rei caberia um papel de conciliação, mas em meio a acusações de toda sorte partindo de todos os lados, sobrou até pra ele - a de que não fala holandês direito, por exemplo.

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