sexta-feira, novembro 30, 2007


Proparoxítonas são adoráveis, já disse e repito. A empacotadora do supermercado chamou a outra de vândala, e logo se corrigiu, pois suspeitou que o substantivo só existisse no masculino. Achou certo, aliás. Esta palavra adorável poderia ser o meu nome - Ivan, o Vândalo - despida, naturalmente, de sua conotação negativa. Gosto mesmo da sua sonoridade.
Sabem que ninguém sai daqui incólume, né? Pois lá vai: saibam que os vândalos foram uma tribo bárbara germânica (do leste) que falava uma língua aparentada do gótico (sim, amiguinhos, antes de dar nome aos adolescentes bocós que usam a maquiagem da mãe e acham que não têm motivo pra viver, o gótico foi uma língua). Fizeram de Cartago, no norte da África, a sua capital e invadiram, pilharam e destruíram Roma no século V. Levaram a fama de serem, bem... vândalos, mas os historiadores dizem que sua fúria destrutiva não foi maior do que a de outros bárbaros.
Geiseric, o grande rei vândalo, morreu de velho apesar daquela violência toda em que estava imerso, e depois de sua morte começou o declínio de seu povo.
Os vândalos foram derrotados pelos romanos no século VI, mas seu nome se perpetuou não só através do adjetivo, mas também pelo nome Andaluzia (na Península Ibérica), originado a partir do nome pelo qual os mouros chamavam o território então dominado por eles (antes de se mudarem para a África).

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