Minha chefe está um doce. Hoje me chamou ao telefone, aqui no hospital, e falou: "Oi, querido!" Acho que é do tipo de gente que vai até o limite do outro, até ter alguma reação, e então se ajusta. Vocês conhecem gente assim, tenho certeza, ainda que em versões mais light. Tenho um vizinho que nunca respondeu quando eu dava bom dia. Passei a ignorá-lo de manhã, porque não sou besta, e agora ele me olha esperando um cumprimento. Não sou um modelo de cortesia, eu sei, mas raios. Há um mínimo de educação que rege a convivência, e ando meio cansado de gente que não a introjetou, que fica testando até onde pode chegar.
Difícil, por outro lado, é fazer a auto-crítica, e perceber quando NÓS é que estamos errados em algum desentendimento. Sempre temos razões de sobra, e buscamos as que ainda faltam. O único saldo líquido e certo é o ressentimento.