terça-feira, junho 02, 2009

8 graus aqui. Raios.
Esta história do Airbus que caiu mexeu comigo mais do que pensei que faria. Penso sempre nas pessoas lá dentro, apavoradas, sabendo que iriam morrer em segundos. Minha sócia tentou amenizar a coisa hoje, citando notícias que dizem que em despressurizações súbitas e grandes alterações da força G as pessoas desmaiam - e que portanto não devem ter sofrido, etc - mas nada disso me consola muito. Não sei se pelo que tem havido em casa, ou se pelo passar dos anos, estas coisas me impressionam mais do que antes. Não sigo esta história com interesse "jornalístico", como fazia antes - aliás não sigo esta história de modo algum, ela é que pula na frente dos meus olhos em qualquer lugar. Fico aqui quietinho imaginando um final menos terrível pra isso tudo, mas os novos fatos que vejo são de outra natureza: entrevistas com técnicos, fotos de militares sobrevoando o mar, e outros detalhes frios. E continuo pensando na visão lúgubre do tripulante da TAM que viu uma mancha laranja no mar - o fogo da explosão, perhaps - enquanto sobrevoava aquela região vindo da Europa. Um oceano de negro sem medidas, sem fundo e sem fronteiras, com uma pira acesa no meio, denunciando nossa pequenez e fragilidade. Este é o mundo em que vivemos.
Ainda não disse aqui, mas além da tristeza de ver meus pais se encaminhando ao fim, algo bem prosaico tem estressado o meu dia-a-dia: minha casa está sendo pintada. Tem gente porca e sem educação aqui dentro o dia todo. Riscaram móveis, quebraram um telefone e tiraram tudo do lugar. Estou por um fio, vou ter um troço.

2 comentários:

Patricia Scarpin disse...

Não quero ler mais a respeito do desastre pois tenho tido pesadelos horrorosos.
Sinto pelos seus pais, de verdade.

E quanto a estragos em casa, você ão faz idéia do tanto de coisa detonada que sobrou depois da minha mudança, em agosto. E o pior é que foram os funcionários do meu pai que fizeram o serviço. :(

Anônimo disse...

Minhas orações diárias continuam as mesmas para você e sua família, você é forte e sempre foi quem animou e confortou a todos neste lar, vocêS sabem disto mesmo achando que não...mas isto é outra história com medicamentos fortes e final feliz :) Sobre a invasão só me resta citar sua autora predileta. "It is better to be the hammer than the anvil." Eu sei melhor do que ninguém que vai seguir a risca o que a Emily Dickinson disse com propriedade e sabedoria.