terça-feira, setembro 13, 2005

A CPI está fervendo, assisto agora ao interrogatório do Genoíno, aquele crápula. Quem tem o microfone para as perguntas neste momento é um correligionário seu, que começou a chorar quando invocou o passado do acusado, e a tortura que sofreu.
Coisa perigosíssima esta, e nada mais brasileiro do que santificar instantaneamente alguém que sofreu uma grande injustiça ou provação no passado. Fica isento de qualquer pecado agora, numa interpretação tosca, canhestra do catolicismo latino-americano, ao meu ver já condescendente por natureza.
É o mesmo argumento que dá aos pobres a escusa de tudo, por já sofrerem com a falta de dinheiro. Ao resto da sociedade, só restaria carregar sua culpa e todo o custo social.
Como disse, é um assunto espinhoso, e não quero parecer que a sociedade não tem culpa, etc, mas este paternalismo já deu o que chegue. Há que se jogar na cara desta gente a responsabilidade individual pelas ações - que todos temos de ter, ricos ou pobres, ex-torturados ou não.

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