domingo, setembro 17, 2006

Pois ontem fui a um lugar onde me revistaram na entrada. Foi a segunda vez neste ano. Acho que estou ficando velho mesmo, porque achei o fim da picada. Dá vontade de dar meia volta e ir embora. Sei que não se julga um livro pela capa (ou uma pessoa pelos trajes), mas não preciso passar mais por isso. Já me basta aquela paranóia dos aeroportos, que a gente nunca sabe quando vai acabar.
Há poucos anos entrei nos EUA com um visto para o Paquistão em meu passaporte. Não era a primeira vez que eu entrava lá depois dos ataques em Nova York com esse visto, e não tinha tido problema da primeira vez. Pois desta feita eu quase voltei pra casa no vôo seguinte; o funcionário da imigração me deu uma canseira que nunca mais vou esquecer. Quanto mais eu me explicava, mais me enrolava. Quando ele quis saber o que eu tinha ido fazer na Ásia, falei que tinha percorrido a rota da seda, e tal. Como ele não sabia que rota era essa, invoquei Marco Polo. Ele me perguntou, na bucha:" E quem é esse Marco Polo??" Eu estava tão estressado frente à perspectiva de ser deportado ou preso, deixando meus pais ali com um monte de mala, que acho que esgotei meu estoque de stress imediatamente, e tive uma reação que nunca imaginaria que teria: fechei a cara, tive um ataque de mau humor e passei a responder laconicamente. Foi o que funcionou, ele parou com guerra de nervos logo após e me deixou passar. Que raiva, viu.

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