segunda-feira, abril 16, 2007


Há uma espécie de pensamento mágico - filho da ignorância, é claro - que insiste em se insinuar por todos os nossos processos mentais, mais cedo ou mais tarde. Quanto mais nos dedicamos a um assunto, e especialmente quanto mais nos envolvemos emocionalmente com ele, maior a probabilidade de "metermos a colher", ou de "abrimos a torneirinha", como dizia Monteiro Lobato a respeito da pernóstica boneca Emília, que não se furtava a dar palpites sobre tudo, num "achismo" que acho que até hoje não tem rival na Literatura.

Isso tudo não é menos verdade no mundo da prática esportiva, onde há um número impressionante de fórmulas, suplementos, vitaminas e o escambau, para fazer-nos mais fortes na corrida, mais rápidos na recuperação de treinos, imunologicamente mais competentes e suponho que até capazes de levitar.

Há até barras de cereais específicas para diferentes provas de triatlo, numa exploração da credulidade (e da sede de medalhas dos atletas) que dá dó.

O mais curioso é que sempre que se lê sobre trabalhos científicos sérios que investigam o valor da suplementação nutricional, chega-se ao mesmo resultado: quando há algum, ele é reduzidíssimo, e geralmente é largamente suplantado pelo hábito de comer equilibradamente - o que também é infinitamente mais barato.

Ora raios, por que é então que, sabendo disso, ainda vamos correndo às lojas de suplementos em busca de carnitina e sei lá mais o quê? Aí entra o pensamento mágico, eu diria.

Parece que, além dos proibidíssimos hormônios, e da bruta ingestão de fontes de proteína pura para os adeptos do "bodybuilding" (sobre isto eu não vou nem comentar), alguns poucos suplementos se salvam: a condroitina e o ácido hialurônico, que formam a matriz do tecido das articulações, e a glutamina, retratada aqui a partir de uma foto deste site, que é um substrato importante para a regeneração muscular. Mas também não ponho minha mão no fogo por nenhum deles.

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