domingo, junho 03, 2007

Depois do que vi ontem na TV, pensei em dedicar um post ao Nando Reis, de quem vi um vídeo na VH1 - de uma música de sua autoria, chamada "A Letra A". Ele canta esta música, que é linda, com um sorriso nos lábios o tempo todo. Mais do que orgulhoso de sua criação, ele parece estar feliz com o que canta: coisas benfazejas como "a gente que enfrenta o mal", que parece tão carregada de bons desejos que é tocante. A melodia não fica atrás, e o resultado é inesquecível.
A coisa infelizmente desanda, porque sua vozinha chinfrim - um fiapo de voz, que deveria fazer dele um cantor modesto e com poucas pretensões, como João Gilberto, cuja voz a gente tolera frente ao colosso de suas composições - nos açoita no final da música. Ficamos contando os segundos pra coisa acabar enquanto ele canta como um chimpanzé gripado.
Tudo isso não seria desabonador no final, se não fosse por uma tolice grosseira dele que ouvi hoje numa rádio da web. Ele já havia dito, na letra de "Relicário", que "trocaria a eternidade por esta noite", e repete a asneira na música que ouvi agora, chamada "Sou Dela". A mesma estultícia, sem tirar nem pôr.
Nada justifica este desafio à justiça de Deus que ele lança descuidadamente ao ar para o Brasil inteiro ouvir. Nem o arroubo de uma paixão enorme. Porque se ele acredita no eterno, está se convidando ao juízo e à pena. Se não acredita, não deveria usar esta figura como medida de sua paixão. É mais do que coragem, acho que só a ignorância justifica o uso de um desafio tão petulante, tão licencioso.
Em vez disso, dedico este post ao Sr. Roberto, que se foi hoje. Fez parte de minha vida desde minha adolescência e vou sentir muito sua falta.

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