terça-feira, julho 24, 2007


Um dos hospitais onde trabalho está passando por uma crise. Vai ter seu atendimento grandemente reduzido nas próximas semanas, por causa de uma bactéria multirresistente a antibióticos que se instalou por lá. Talvez vocês tenham visto a notícia hoje na TV, porque a repercussão está sendo grande - trata-se de um hospital público, que atende um número enooorme de pessoas, com todos os tipos de doenças. Vive lotado, e tem gente que vai ter sua cirurgia suspensa (do couro cabeludo ao dedo do pé, não importa - estão todas suspensas) que está na fila esperando por ela há meses.
Devo adiantar que não é "privilégio" deste hospital uma ocorrência como esta; volta e meia alguma instituição tem que fechar suas portas para evitar a disseminação de alguma bactéria cruel.
Funciona mais ou menos assim: a bactéria se instala no ambiente físico do hospital, e passa de um doente a outro, e/ou instala-se nos funcionários também. Ela pode só colonizar seu hospedeiro, que pode perfeitamente não perder sua saúde.
Se ela for muito virulenta, contudo, pode causar uma infecção e até matar.
A nossa, coitadinha, é a da foto acima, e tem a alcunha de VRE. Na verdade é um habitante usual de nossos intestinos, e vive quietinha lá. Acontece que a variedade que temos desenvolveu uma resistência (por mutação) a quase tudo que poderia ser usado para matá-la. Ou seja, se ela resolver se multiplicar em alguém colonizado (algum paciente com outra doença que o debilite, por exemplo) vai ser um desespero pra tratar.
O dado cavernoso é que quem for colonizado pode viver com ela dentro de si pro resto da vida, porque não há como erradicá-la. O roteiro de Alien parece história da carochinha, hein?
Apareçam por lá pra tomar um cafezinho comigo, hoho.

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