quinta-feira, junho 18, 2009

Acabei de receber um imêiol com um "dicionário piracicabês", como se os verbetes fossem algo exótico e engraçado. Bem, é claro que devem ser pros paulistanos e outros ainda mais distantes, mas recebi o dito-cujo por um newsgroup de Campinas mesmo, e aqui se fala cotidianamente as tais coisas "engraçadas". Aqui falamos "tá ornando" quando algo é bonito ou está combinando, "fianco" pra algo que está meio de lado ou fora do prumo, e "reganhera" pra aquele sono depois da feijoada. Quando fazia residência em SP, sentia-me um apátrida. Durante a semana imitavam meu sotaque caipira daqui e aos finais de semana meu pai andava atrás de mim repetindo as palavras que eu dizia com um (suposto) sotaque paulistano, demorando pra falar os enes, como em "cinqueinnnnta". Pra falar a verdade acho esses regionalismos adoráveis (a menos que revelem só uma pobreza de linguagem), e tenho orgulho de falar assim.
Por falar em falar, hoje houve uma conversa duríssima no trabalho, com choro e ranger de dentes (o choro não foi meu, because I'm such a bad person, and incapable of such displays of emotion, as you all know, mas me senti péssimo nonetheless), como há muito não enfrentava. Hoje em dia isto tem um custo alto pra minha saúde - física, quero dizer - e portanto declarei um basta. Já esperneei, tentei conciliar e unir o grupo e deu no que deu. Pois não movo mais uma palha, que se virem agora. Meu torcicolo passou, saí do molho e voltei a treinar, e é isto o que me interessa. Dei risada com a molecada na piscina, parece que fui pra outro mundo. Graças a Deus por isso.

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